O arquiteto e urbanista é o profissional que projeta, coordena e planeja a construção ou reforma de residências, locais de trabalho, pontos de lazer e de estudo, cidades, ruas, praças e jardins, conforme as necessidades da comunidade.
Criatividade, sensibilidade e interesse pelas artes são algumas características inerentes ao profissional, além de aptidão para trabalhar com números, a exatidão e a meticulosidade, a capacidade de observação e análise, bem como a facilidade de trabalhar em equipe.
A função social do arquiteto e urbanista em nosso país, é de grande importância. Suas atribuições profissionais são requeridas tanto na iniciativa pública quanto na privada.
O arquiteto e urbanista exercerá suas atividades no planejamento arquitetônico e urbano, na arquitetura de interiores, na comunicação visual, no desenho industrial e, também no paisagismo.
O curso de Arquitetura e Urbanismo da Unicruz deverá formar profissionais generalistas com capacidade de atender a demanda da região, portanto profissional poderá exercer suas atividade como liberal, ou contratado por escritório particular, em consultoria, em empresas de pequeno, médio ou grande parte que tratem de urbanismo, saneamento, projetos ambientais, paisagismo, etc.

Habilidades e Competências

O exercício profissional do arquiteto e urbanista no Brasil é regulamentado por lei. A habilitação é única, ou seja, não existem modalidades na profissão. A responsabilidade técnica e a responsabilidade social (código de ética) consta da Lei 5.194/66. Toda a legislação de regulamentação profissional tem caráter nacional, isto é, os arquitetos e urbanistas, após obterem a sua titulação, podem exercer a profissão em qualquer parte do país, independente do lugar onde fizerem o seu curso; por tais razões, as diretrizes curriculares de caráter nacional são imprescindíveis, sob pena de prejuízos e impedimentos ao exercício profissional, inclusive em nível internacional (Perfis e Padrões, SESu/MEC), desde que esteja registrado no seu órgão competente, o CREA.

As Competências

O domínio dos saberes intrínsecos à profissão caracterizam os arquitetos e urbanistas do ponto de vista Legal ( Lei 5194/96, resolução 218 e Decisão 47 do CONFEA). Compete ao arquiteto e urbanista o exercício das seguintes atividades: supervisão, orientação técnica, coordenação, planejamento, projetos, especificações, direção, execução de obras, ensino, assessoria, consultoria, vistoria, perícia, avaliação – referentes à construção, conjuntos arquitetônicos e monumentos, arquitetura de interiores, urbanismo, planejamento físico, urbano e regional, desenvolvimento urbano e regional, paisagismo e trânsito. Um espaço bastante amplo que exige da formação profissional um esforço capaz de qualificar o arquiteto e urbanista nas abrangências de suas competências legais, com o aprofundamento indispensável para que possa assumir as responsabilidades nelas contidas.

Os conhecimentos e as Habilidades

A educação do arquiteto e urbanista, segundo a UNESCO/UIA, será assegurada por um ensino de nível universitário do qual a arquitetura e o urbanismo constituirão o elemento principal. Este ensino deverá manter o equilíbrio entre os aspectos teóricos e práticos da formação e assegurar a aquisição das seguintes habilidades e conhecimentos:

  • Habilidade para criar projetos de arquitetura e urbanismo que satisfaçam as exigências estéticas e técnicas;
  • Adequado conhecimento da história e das teorias da arquitetura e urbanismo, bem como das artes, tecnologia e ciências humanas conexas;
  • Conhecimento das belas-artes, enquanto fatores susceptíveis de influenciar a qualidade da concepção do projeto de arquitetura e urbanismo;
  • Adequado conhecimento do urbanismo, do planejamento e das técnicas aplicadas ao processo de planejamento;
  • Compreensão das relações entre pessoas e construções, entre construção e seu entorno, e da necessidade de relacionar as construções e os espaços entre elas às necessidades e à escala Humana;
  • Compreensão da profissão e do papel do arquiteto na sociedade, em particular, pela elaboração de projetos que levem em conta os fatores sociais;
    Compreensão dos métodos de pesquisa e de preparação do projeto de construção;
  • Compreensão dos problemas de concepção estrutural, e dos problemas construtivos e de engenharia associados ao projeto dos edifícios;
  • Conhecimento adequado dos problemas físicos e das tecnologias, e da função dos edifícios, para provê-los de condições internas de conforto e de proteção climática;
  • Habilidade na resolução do projeto para conciliar as exigências dos usuários de edifícios com as restrições impostas pela questões relativas aos custos e as exigências dos regulamentos ( requerimento da legislação);
  • Conhecimento adequado dos processos de fabricação, organização, regulamentos e procedimentos envolvidos quando da transposição dos conceitos de projeto para a construção dos edifícios e na integração dos planos ao planejamento.

Mercado de Trabalho

Das informações obtidas através do Conselho de Integração da Agrimensura, Agronomia, Arquitetura e Engenharia para o MERCOSUL (CIAM) relacionadas ao mercado de trabalho do arquiteto destaca-se diversificação e complexidade. A comissão divide dois grandes empregadores: o Estado e a Iniciativa Privada; mas, considerando a maneira como se desenvolvem as atividades dos profissionais neste mercado e as relações que mantêm com seus empregadores ou clientes, as coisas já não estão claras.

Um profissional pode ser ao mesmo tempo empregado e empregador, no serviço público e na iniciativa privada. Isto permite perceber que os profissionais guardam resquícios do exercício liberal das profissões. No caso do assalariamento, os regimes de trabalho predominantes, celetista ou o regime jurídico único, convivem também com o exercício da autonomia na prestação de serviços à sociedade e com atividades de empregadores que vão desde megaempresas até aos escritórios de um só profissional. Estas situações de inserção no mercado se distribuem ainda no setor primário, secundário e terciário. Por sua diversificação e complexidade, este mercado é sensível às mudanças conjunturais, mas tem também melhores condições de ajuste às suas variações.

Nos últimos anos, é possível perceber a reafirmação das atividades vinculadas ao urbanismo, restauro e paisagismo, anteriormente menos explícitas. O ensino é outro aspecto a destacar entre as atividades incluídas no exercício da profissão; é grande o número de profissionais envolvidos com atividades vinculadas ao ensino superior, que constitui hoje, por si só, um mercado dentro do seu mercado de trabalho. Outra fatia do mercado é absorvida por arquitetos que preferem exercer a profissão na condição de liberais – através de seus escritórios, que podem ser constituídos pelo próprio profissional, que desempenha todas as atividades intrínsecas a uma empresa, ou, de grandes escritórios – empresas de projeto e de prestação de serviços privativos do exercício do arquiteto e urbanista.

A comissão detectou ainda que o assalariamento desta categoria deu-se por imperativos econômicos externos aos seus anseios. Os arquitetos procuram manter o exercício de sua profissão de forma liberal, e grande número destes desempenham a profissão em atividades paralelas como assalariado – no setor privado ou público – e como autônomo. Grande parte destes postos de trabalho se encontram no setor terciário, como, por exemplo, a prestação de serviços de consultoria tercerizada através de grandes empresas. Registra-se, no entanto, que este dado é referente ao mercado das grandes cidades, muito especialmente São Paulo e Rio de Janeiro; no interior do país, mesmo em cidades dinâmicas do ponto de vista econômico, a construção civil oferece, em diferentes tipos de ocupação, a grande maioria dos postos de trabalho.

Segundo dados fornecidos pelo CONFEA, no ano de 1992, existiam cerca de 500 mil profissionais da área do sistema CONFEA/CREAs – engenheiros, agrônomos, arquitetos, geólogos, geógrafos, tecnólogos e técnicos industriais – desses, 8,4% são arquitetos. A distribuição regional destes profissionais é disforme: 57,6% dos arquitetos estão na região Sudeste, e 1.0% na região Norte, 30,5% no Sul, 6,1% no Nordeste e 4,8% no Centro Oeste (fonte: Pesquisa Vox Populi, CONFEA, 1991/92).

Estes profissionais, em sua maioria são constituídos de jovens recém-formados: 40,9% estão em faixa de 10 anos de formados. Esta renovação já é fruto do processo de expansão do ensino superior privado e corresponde às tendências observadas em outras categorias profissionais.