
UNICRUZ I Dia Nacional do Surdo
Acadêmica surda faz conscientização em
Libras pela inclusão dos deficientes auditivos
A acadêmica Letícia Galvão, do décimo semestre do Curso de Direito da Unicruz, foi protagonista de um momento de diálogo e reflexão sobre a importância da Libras na inclusão da comunidade surda na sociedade. A palestra foi promovida na segunda-feira, 15/09 – alusiva a passagem do Dia Nacional do Surdo, que transcorre no dia 26/09, sob coordenação do NAEP – Núcleo de Apoio aos Estudantes e Professores da universidade, nas dependências do Salão Nobre do campus.
A abertura do evento contou com a participação especial de um grupo de alunos representando as turmas dos 7º anos da Escola Estadual Gabriel Álvaro de Miranda – conhecida popularmente pela abreviatura carinhosa de GAM. Subiram ao palco todos os 30 alunos visitantes para interpretar em Libras (Linguagem Brasileira dos Sinais) a canção Terra Saudade, de autoria de Horácio Cortes, considerada um hino em homenagem à Cruz Alta. O trio musical teve Pedro Ramos no violão e no vocal – Maria Fernanda Guitel e Larissa Franco.
A regência foi da professora Rose Terra, que vem fazendo um trabalho excepcional de inclusão no GAM, com registro de três alunos no 9º ano que interagem e se comunicam com sinais e gestos com os demais colegas de turma. A delegação escolas este integrada pela diretora Darléa Granetto, a vice da tarde Sandra Benche, a supervisora Márcia Protti, mais Larissa Franco, Luz Marina Bernardes, Rita Moreira e Tamires dos Santos, mais o grupo condutor das bandeiras: Gabriel Reis, Nadini de Lima, Aliandra Martins e Rafael Silva de Lima.
PALESTRA EM LIBRAS –
A falta de intérpretes em Libras, em especial nas repartições públicas, foi uma situação colocadas como algo que vem sendo negligenciado há muito tempo e deveria ser eleita como pauta a ser discutida. A acadêmica Letícia Galvão palestrou com a interpretação de Rose Terra, licenciada em Letras/Libras – compartilhando suas vivências com a surdez. Como o caso em que foi num Posto de Saúde – e não tinha como se comunicar pela ausência de intérpretes. Teve que recorrer a presença de uma pessoa voluntária, com toda dificuldade e o tempo que para isso foi necessário.
Foi por essas e por outras, que o tema da palestra não poderia ser outro – se não: “O Surdo Como Protagonista: Conquistas e Inclusão Na Sociedade”. Onde mais que um bate-papo, a manifestação da acadêmica Letícia Galvão foi um libelo pela forma e o modo como as pessoas devem se comunicar socialmente com as pessoas surdas, compreendendo aspectos e características importantes da sua cultura.
A palestra trabalhou um maior entendimento sobre o alfabeto, passando todas as letras de A a Z pela linguagem dos sinais. Depois, Letícia Galvão demonstrou as variações linguísticas em Libras das saudações mais comuns como: – bom dia, boa tarde, desculpe, obrigado, prazer em conhecer, entre outras. Letícia também interagiu com o público em Libras, chamando algumas pessoas para demonstrar a construção de seus nomes na forma de sinais.
De acordo com a educadora especial do NAEP, Fabiula Tassotti, iniciativas como esta colaboram para formar profissionais conscientes e comprometidos com a inclusão, além de promover a valorização da diversidade. A programação, alusiva ao Dia Nacional do Surdo, celebrado em 26 de setembro, também aproximou mais pessoas da universidade, já que outros integrantes da comunidade surda e pessoas engajadas com essa causa estiveram presentes no evento – como o cadeirante e atual Coordenador de Políticas Públicas de Acessibilidade Fabrício Guterrez. .
Entre as questões que ficaram em suspenção, o público defendeu a possibilidade de no futuro se pensar na possibilidade de ter uma disciplina ou curso de Libras, como matéria optativa ou mesmo curricular – de encontro a necessidade cada ver maior de intérpretes, num país onde segundo o IBGE existem 9,8 milhões de deficientes auditivos. De acordo com a professora Rose Terra: “os interessados na comunicação com surdos precisam aprender alguns sinais básicos da Libras e ninguém melhor para ensinar que os próprios surdos”.