
ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA DERAM SUPORTE AO EVENTO
Competição esportiva inédita marcou travessia
de 25km entre Júlio de Castilhos e Tupanciretã
A estrada vicinal que une as cidades de Júlio de Castilhos e Tupanciretã, numa distância de 25 quilômetros com trechos de chão e asfalto, foi a travessia para a primeira prova de corrida “Cidades Irmãs no Esporte”, ocorrida na manhã do último domingo, dia 23 de novembro. A festa esportiva confirmou a presença de todos os 180 competidores que estavam inscritos, mais outros onze atletas que chegaram na véspera com a finalidade de participar apenas como experiência do desafio. No total, a prova teve a participação de 191 atletas.
Essa travessia, mesmo em primeira edição, já está sendo considerada no circuito esportivo gaúcho da modalidade – como a maior do gênero no interior do Rio Grande do Sul. Perde apenas para o trajeto Torres – Tramandaí, que é a tradicional corrida beira-mar da temporada de Verão do litoral norte com 80km. A travessia teve competidores vindos de cidades como: Santa Maria, Itaara, Cacequi, Panambi, Cruz Alta, Capão do Cipó, Faxinal do Soturno, Jari, Rio Pardo, Ijuí, Selbach, Sobradinho, São Leopoldo e Porto Alegre — que disputaram nas categorias solo, dupla e quarteto.
A largada foi na rua coberta, no centro de Júlio de Castilhos, por volta das 7h15min, enquanto a chegada aconteceu na Praça Coronel Lima, em Tupanciretã. Nestes dois momentos estiveram presentes os prefeitos – Gustavo Terra, de Tupanciretã, e Bernardo Quatrin Dalla Corte, de Júlio de Castilhos. Os gestores públicos manifestaram sua imensa satisfação com o sucesso do evento, anunciando para 2026 a sua segunda edição, em 12 de julho, dentro da programação de aniversário de Júlio de Castilhos.
Nesta oportunidade será invertida a ordem de largada – com saída dos atletas de Tupanciretã. Outra possibilidade que também foi divulgada pelos prefeitos – seria a realização de uma segunda travessia ainda no ano que vem, durante o mês de dezembro, mais precisamente no dia 21, quando transcorre os 98 anos de emancipação de Tupanciretã.
OS VENCEDORES DA PROVA: JOSÉ INÁCIO E LARIANE
Como toda corrida, a travessia mostrou o quanto a comunidade esportiva dá o melhor de si neste tipo de competição esportiva, para vencer distâncias e cruzar a linha de chegada. Num jogo de resistência que supera o esgotamento físico e mental. Como foi o caso do primeiro colocado na categoria solo – o metalúrgico José Inácio Oliveira Mendes, de 44 anos, que veio de Selbach, para ser o campeão da travessia com o tempo de 1h39min. O talento esportivo de José Inácio vem desde a sua infância e do tempo que serviu no quartel, em Jaguarão – a sua terra natal.
O campeão da travessia, mora em Selbach com a família – a mulher Neusa e os filhos Flávia Alessandra (18) e José Henrique (11), há 23 anos. Seu trabalho é numa fundição de peças agrícolas, de onde ele sai para disputar corridas de rua nos finais de semana, como foi a rústica de 5km na semana passada em Não-Me-Toque e, agora, a travessia de 25km em Tupanciretã/Júlio de Castilhos. “As pessoas precisam buscar hábitos saudáveis e quem tiver condições físicas deve competir, fazer caminhadas ou qualquer coisa que traga qualidade de vida” declarou – avisando que dia 3 de dezembro vai completar 45 anos.
O título e a taça de campeã feminina da Travessia ficou em Tupanciretã, graças ao grande desempenho da atleta Lariane Bessestil de Borba, de 33 anos, com a marca de 2h12minutos. A campeã feminina disse que na sua vida tudo faz parte de um propósito, tendo como objetivo superar limites. Em seu primeiro ano como atleta, ela vem inscrevendo seu nome nas corridas de rua da região. Cada corrida realizada é uma busca pela motivação de ser cada vez melhor, com o apoio dos familiares e amigos. ”Eu nunca corro sozinha” disse Lariane, se referindo aos que em todos os momentos estão lhe esperando na linha de chegada.
MOMENOS DE SUPERAÇÃO –
A dupla mais aplaudida ao cruzar a linha de chegada na praça central de Tupanciretã, depois de ter percorrido 12 quilômetros e meio cada um, foram os atletas PCD Carlos Eduardo Trindade de Lima, de 48 anos, e Carlos Roberto Viero, de 59 anos – representando a cidade de Santa Maria. O tempo total dos dois atletas foi de 2h42 minutos. Viero fez o primeiro percurso e Carlos Eduardo o segundo. O primeiro disputou na categoria PCD devido a sua prótese de quadril, enquanto o segundo tem a perna esquerda amputada e correu com uma prótese de carbono.
O atleta Carlos Eduardo Trindade tem uma história de superação admirável. Ele conta que foi jogador de futebol por muitos anos e possuía um excelente condicionamento físico. Vindo de Santa Maria, ali em Tupanciretã ele jogou por algum tempo em times tradicionais como o GEPO e o Operário, onde fez grandes amizades. Mas isso deixou de ser parte da sua vida, quando pilotando uma moto adaptada para entregar gás acabou sendo atropelado por um motorista bêbado e teve a perna amputada. Carlos Eduardo disse que conseguiu dar continuidade a vida esportiva com a prótese de carbono que lhe permite impulso e equilíbrio durante o deslocamento. Hoje ele trabalha num posto de gasolina e recebe de todos o maior incentivo para continuar competindo.
ACADÊMICOS FIZERAM 48 PROCEDIMENTOS –
Um grupo de 14 acadêmicos do Curso de Fisioterapia da UNICRUZ deu grande suporte nos atendimentos dos competidores que apresentaram maiores desgastes e dores por sobrecarga muscular – para vencer os 25 quilômetros de distância da prova. A equipe era formada por estudantes do quarto, sexto e oitavo semestres. Num trabalho cooperativo, os acadêmicos participaram da montagem de uma tenda com macas e cadeiras quick massage, para melhor acolhida dos atletas que acusam dores musculares e lesões.
O primeiro lesionado atendido foi um professor de Educação Física e corredor de rua há mais de 10 anos – Roger Lemos, de 40 anos, da Academia CT Evolution. Ele que já participou de duas São Silvestre, em São Paulo, acabou por uma infelicidade com uma torção de tornozelo depois que caiu em num buraco quando já havia completado 9km de prova. Socorristas da ambulância de plantão, lhe embarcaram e o levaram até a tenda da Unicruz, onde recebeu tratamento com gelo e foi orientado a cuidar da lesão.
De acordo com a acadêmica Kamilly Dornelles, do 6º semestre, cerca de 48 atletas recorreram aos procedimentos emergenciais da equipe de Fisioterapia. Houve liberação miofascial, tratamento com gelo e equipamentos para mitigar o estresse muscular do pós-corrida. Em alguns casos houve necessidade de aplicação de bandagem elástica (kinesio tape) nas articulações ou faixas musculares para minimizar o edema e aliviar a tensão. –
O grupo de 14 acadêmicos do Curso de Fisioterapia da Unicruz esteve formada por: Kamilly Dornelles, Luísa Martins Santos, Paola Rosa e Yagara Talita Digarais – que são naturais e residentes em Tupanciretã, mais os colegas: Dienifer Vargas de Santis, Diovani Goi, Felipe Michels Rabelo, Izadora Pizarro, Juliana Vasconcelos, Júlia Manuella, Kamilla Rosa, Larissa Marques, Natael de Oliveira e Yuri da Fonseca.
FOTOS RELACIONADAS –
– O campeão individual José Inácio (centro) e a dupla PCD de Santa Maria: Carlos Eduardo e Carlos Viero.
– Os cinco primeiros classificados nas categorias masculino e feminino.
– A equipe de acadêmicos da UNICRUZ com os prefeitos e autoridades municipais dos dois municípios.
– Atendimentos feitos pelos acadêmicos
– Um total de 48 atletas passou pelo atendimentos pós-corrida
