
ACADÊMICAS CRIARAM SITE DA JUSTIÇA RESTAURATIVA
JUSTIÇA RESTAURATIVA PROMOVEU O 3º ENCONTRO MUNICIPAL
COM AULA INAUGURAL DO CURSO DE FORMAÇÃO DE FACILITADORES
Aconteceu nas dependências do auditório do Fórum da Comarca, durante a manhã de quinta-feira (dia 06/11), o 3º Encontro Municipal de Justiça Restaurativa, organizado pelos integrantes do Núcleo local e com a participação de Facilitadores, apoiadores e demais instituições envolvidas. O programa Justiça Restaurativa foi iniciado em 2023 com o propósito de mediar conflitos, prevenir a violência e incentivar a Cultura da Paz.
O encontro teve, também, a finalidade de refletir sobre o trabalho que vem sendo realizado pelo Núcleo de Justiça Restaurativa nas escolas, CRAS e unidades de acolhimento – demonstrando como isso acontece na prática para os 18 selecionados, de uma turma de 40 inscritos, para o Curso de Formação de Facilitadores, que está marcado para os dias 12 e 13 de novembro. Foi, nesse contexto, a aula inaugural para esse grupo de homens e mulheres que vêm para se integrar às ações da JR, a partir de 2026.
A coordenadora do Núcleo de Justiça Restaurativa Liege Machado Suptitz, disse que estava imensamente grata pela significativa manifestação de interesse da comunidade em participar do programa, através das inscrições confirmadas para o curso que terá 20 horas teórico-vivenciais e mais um estágio supervisionado, totalizando 30 horas de formação.
“Hoje podemos comemorar que a Justiça Restaurativa foi transformada em uma política pública no Município de Cruz Alta, alcançada graças ao apoio da Câmara de Vereadores, da Administração Municipal e com o apoio do Poder Judiciário” afirmou Liége Suptitz. A declaração foi assistida pela Secretária Municipal de Desenvolvimento Social Michele Gomes Furian e a Coordenadora de Gestão da SMDS Fernanda Godinho, presentes no evento.
O programa de pacificação restaurativa está em seu terceiro ano de vigência e já alcançou muitos avanços em nossa cidade. A juíza de direito Katiuscia Kuntz Brust, da 2ª Vara Criminal, foi a principal mentora pela criação da JR e tem sido a grande incentivadora da atuação do núcleo junto à comunidade.
De acordo com a juíza, apesar de tudo que se conseguiu realizar, ainda existe uma demanda reprimida a ser resolvida. Katiuscia Brust declarou essa necessidade, como uma espécie de convocação para todos candidatos a facilitadores que estão chegando.
RELATO DE EXPERIÊNCIAS –
As ações da Justiça Restaurativa de maior impacto nas escolas foram relatadas pelas professoras Renata Ferraz, do Instituto Educacional Annes Dias, Marlei Mantovani, da Escola Municipal 18 de Agosto e Sandra Bernarda Mantovani, da Escola Estadual Belarmino Côrtes, mais a facilitadora Salete Peixoto, do CRAS Comunidade Mãe.
Segundo elas, muito tem se construído utilizando técnicas motivacionais e metodologias, que rompem com o silêncio e se abrem para o diálogo. “Precisamos recuperar a capacidade de ouvir o outro” declarou a professora Sandra Mantovani, com a convicção de que essa atitude tem trazido uma empatia jamais obtida por outro processo pedagógico.
A vida é cheia de conexões e, não por acaso, a violência se reproduz sem que o indivíduo perceba. De acordo com a professora Sandra Mantovani a primeira pergunta é: “O que te fizeram para você fazer isso com os outros?”. A partir daí, ligações acontecem colocando quem agride e quem é agredido numa mediação de conflitos, capaz de mudar comportamentos e recuperar o relacionamento que foi rompido.
Os métodos variam nessa construção de uma sociedade mais fraterna e menos violenta. A primeira promoção da Paz, segundo a doutoranda Caroline Pöttker, do Programa de Doutorado Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social da Unicruz, passa necessariamente por uma comunicação não violenta e pela sustentabilidade.
Ela explicou que, no caso de uma escola expulsar um aluno por indisciplina ou outro motivo – ele vai ter que ser aceito noutra: “ele simplesmente não desaparece”. O que se impõe é o poder de transformar encontrando uma alternativa para isso – justificou Caroline.
ENDEREÇO DIGITAL –
“Cruz Alta está sendo pioneira em práticas restaurativas para o Estado e o país” declarou com satisfação a coordenadora do Núcleo Liége Supititz, ao anunciar o lançamento de um site institucional da Justiça Restaurativa, contendo várias páginas e informações de todos os conteúdos a ela relacionados. No encontro, foi assistida pelos presentes sua primeira apresentação.
Este sítio eletrônico foi desenvolvido pelo jovem programador autodidata Murilo Borges Machado, aluno da Escola Estadual Belarmino Côrtes, tendo como construtoras e roteiristas a advogada e doutoranda Daiane Tanski, do Programa de Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social da Unicruz, junto com as acadêmicas de Direito e bolsistas pelo Programa CNPq universal Luiza Godoys e Aline Mello.
O site logo estará acessível pelo endereço eletrônico na web da Justiça Restaurativa de Cruz Alta. Até quinta-feira, dia 06/11, as notícias e atualizações do programa da JR eram frequentemente publicadas no portal da página da Prefeitura, enquanto o site próprio se encontrava em fase de finalização. “Agora já existe uma identidade virtual através desse site eletrônico próprio e exclusivo” declararam as acadêmicas da Unicruz, envolvidas na sua criação.
FOTOS RELACIONADAS –
– Participantes do 3º Encontro Municipal de Justiça Restaurativa.
– Liége Suptitz – coordenadora do núcleo de JR.
– Katiuscia Kuntz Brust, juíza da 2ª Vara Criminal.
– Sandra Mantovani, professora e facilitadora da JR.
– Acadêmicas da Unicruz e o programador Murilo, que construíram o site da JR.
