
XXX SEMINÁRIO INTERINSTITUCIONAL
CIÊNCIA E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL É O
TEMA EM COMEMORAÇÃO AOS 30 ANOS
A Inteligência Artificial foi o tema de abertura do XXX Seminário Interinstitucional de Ensino, Pesquisa e Extensão – da Unicruz, no salão nobre do campus universitário. O ato oficial foi conduzido pelo Reitor Fábio Dal-Soto destacando a importância da temática que foi proposta, trazendo para dentro do ambiente acadêmico o debate sobre esta tecnologia emergente, entre outros questionamentos que foram respondidos.
“A Inteligência Artificial é algo que está impactando as nossas vidas e a sua utilização precisa ser melhor compreendida. Somente com a troca de experiência e modelos que vem se consolidando será possível avaliar a sua relação no avanço do conhecimento e da ciência” justificou o reitor Fábio Dal-Soto.
O XXX Seminário Interinstitucional da Unicruz está comemorando 30 anos de realização em 2025. Nesta edição, tem como tema “Ciência e Inteligência Artificial: Caminhos Presentes e Perspectivas Futuras”. Durante os dias 28, 29 e 30 de outubro, o seminário oportuniza o debate através de palestras com convidados especialmente convidados e a socialização do conhecimento, por meio da exposição e submissão de trabalhos de estudantes e docentes da universidade.
SEGUNDO CÉREBRO –
A palestra do diretor executivo da Cotrijuc, de Júlio de Castilhos, Maicon Buzzatti, trouxe como proposta o entendimento do uso da Inteligência Artificial como um “segundo cérebro”. De acordo com ele “a Humanidade sempre trabalhou com ferramentas através do uso de elementos naturais e artificiais, e a IA é mais uma delas”. Para Maicon Buzzatti, enquanto alguns setores afirmam o contraditório colocando a Inteligência Artificial como algo novo, mas excludente – na sua opinião, a novidade vem para potencializar o ser humano em suas decisões e estratégias diante daquilo que ele faz no mundo do trabalho, do estudo ou dos negócios.
Maicon Buzzatti é egresso do Curso de Ciência da Computação da Unicruz e, além dessa graduação acadêmica, continuou sua trajetória profissional buscando outros cursos de qualificação em inovação, gestão empresarial e gestão de negócios pela Unisinos, PUCRS e Universidade de Lisboa. Palestrante requisitado em toda a região, especialmente agora em que a IA se torna algo desafiador e instigante, o diretor da Cotrijuc argumentou que a Inteligência Artificial é uma tecnologia que está à disposição daqueles que querem dar um passo adiante no processo da nossa própria evolução.
De acordo com o palestrante, a IA vai impactar no mercado de trabalho, com risco alto para 27% dos empregos disponíveis atualmente. Ele afirmou que vai haver uma mudança comportamental silenciosa, apontando em um de seus gráficos, aquelas ocupações com maior potencial de serem atingidas: operadores de telemarketing, caixas de supermercados e de bancos, digitadores, analistas de crédito, motoristas de transporte urbano, jornalistas de notícias básicas e operadores de máquinas industriais. Isso já está ocorrendo em sistemas de automação, que vem passando por grandes mudanças, como a demissão anunciada pela Amazon de 30 mil operadores. Em outra situação, a IA abriu mercado de trabalho para pessoas acima de 50 anos, pela capacidade assertiva, pelas habilidades adquiridas pela experiência, o velho e bom know-how.
GRANDE PARADOXO –
O segundo palestrante da noite, o empreendedor e CEO da Prosper Group Alan Corrêa Graminho, que fez uma apresentação do trabalho de assessoria de aceleração de negócios através da Action Day, especializada em marketing orientado a vendas, gestão comercial e treinamento. A plataforma My Farm Agro é um catálogo composto de 130 programas feitos com profissionais ligados ao agronegócio, com tradução IA para vários países. Em sua apresentação, o empresário Alan Graminho disse que a sua empresa como indicador de escala e consistência de metodologia já ultrapassou R$ 1 bilhão em vendas.
Para Alan Graminho a Inteligência Artificial é uma tecnologia que precisa ser incorporada com urgência na gestão das empresas. Existe nesse processo um grande paradoxo, afirma o empresário – por que a IA é uma tecnologia que não está sendo explorada como deveria. Entre 98% das empresas que tem IA disponível apenas 1% consegue transferir essa tecnologia para os seus negócios. “São dados de uma pesquisa da MIT Sloan Management Review, realizada em 2025, e isso ocorre devido a falta de uma estratégia clara, falta de habilidades técnicas nas equipes e problema com a qualidade dos dados”.
Se de um lado o crescimento e a disponibilidade da IA é acelerado, de outro não está havendo o seu uso estratégico como deveria. Segundo Alan Corrêa Graminho, enquanto a IA avança, a realidade mostra que muitos empreendedores ainda enfrentam dificuldade de gestão e uso tecnológico, sem entender os seus próprios dados. Ele mostrou num case de uma indústria alimentícia que, a partir do uso da IA reorganizou sua linha de produção, eliminando períodos de excesso e demanda reprimida de estoque, tendo como resultado: acuracidade de 90% nas previsões, redução de 20% de desperdício e alinhamento entre marketing, produção e logística de distribuição.
No encerramento da apresentação dos dois cases, com suas diferentes abordagens para o uso da IA como solução em seus setores, o reitor da Unicruz Fábio Dal-Soto abriu o seminário para perguntas e debate sobre o tema. Os painelistas atenderam ao público respondendo aos questionamentos. O professor Fábio Dal-Soto destacou o tema escolhido para o seminário, propondo uma reflexão crítica e multidisciplinar sobre como a Inteligência Artificial está interferindo nos rumos da ciência contemporânea. “Algumas universidades estão criando suas políticas internas no uso da inteligência artificial, e a Unicruz vai caminhar nesse sentido”, concluiu o reitor.
Palestra programada para dia 29/10 – quarta-feira:
“Conversas que Transformam”
Empresários convidados: Sabrina Hernandez Kliemann – Proprietária da loja LIVE! Ijuí e LIVE! Cruz Alta, e, Rodolfo Martins – Diretor executivo UFFA.
Palestra programada para dia 30/10 – quinta-feira:
“Justiça Restaurativa”
Convidadas: Liege Machado Suptitz – Psicóloga, Coordenadora do Núcleo de Justiça Restaurativa de Cruz Alta e Caroline Pöttker – Doutoranda do Programa de Doutorado em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social da Universidade de Cruz Alta.

