
FORMATURA CRIOULA
EVENTO CELEBROU 20 ANOS COM SOLENIDADE NA CASA DA CULTURA
Uma solenidade cheia de simbolismo e culto às tradições gaúchas marcou a celebração especial de 20 anos da Formatura Crioula do Curso de Direito da UNICRUZ – Universidade de Cruz Alta, na noite do último sábado (dia 27/09) no palco da Casa da Cultura. Este tipo de formatura partiu de uma iniciativa pioneira dos acadêmicos do ano de 2004, tendo entre os seus promotores o professor Fernando Martins Ferreira, “mui digno paraninfo gaudério da turma”.
Numa linha de tempo de duas décadas, este tipo de evento pioneiro no circuito universitário do RS, já contou com mais de 500 formandos, que receberam a colação de grau simbólica, onde o “capelo” das cerimonias tradicionais – foi substituído pelo chapéu de gaúcho. Em 20 anos foi sempre assim. As togas clássicas pretas e os vestidos sociais alinhados foram substituídos pelas pilchas: com bombachas, guaiacas e chapéus – para os homens, e saias rodadas, adornos de tranças, fitas coloridas e flores no cabelo – para as prendas.
A Formatura Crioula remete em todos os detalhes a esse senso de pertencimento à cultura gaúcha. Uma forma diferente de manifestar orgulho às nossas tradições, quando incorpora elementos que estão na formação da sociedade rio-grandense em contraponto com a outorga do título acadêmico e seu regramento no mundo profissional. É o que se convencionou chamar de “dress code” ou código de vestimenta, que já motivo de teses acadêmicas – como a que está sendo motivo do doutorado, do professor Fernando, em fase final de elaboração.
SOLENIDADE –
A XX Formatura Crioula foi presidida pela Coordenadora do Curso de Direito professora Carlise Maria Zambra, representando o Reitor Fábio Dal-Soto, mais a participação na mesa principal dos professores da instituição – Denise Girardon dos Santos, Rafael Mello Lopes, Kael Barreto e Souza, Solange Beatriz Billig Garcês e Vanderlino Vicari Paixão. Como convidadas participaram – a presidente da Comissão dos Festejos Farroupilhas Marili Borchardt e a professora de Música e cantora Andrea Rosa. Como Mestre do cerimonial atuou Rogério Reichembach, tendo como assistentes de palco Estefânia Oliveira, Carolina Kolinski Monteiro, Flademir Sulzback e Luiz Felipe Caetano.
A solenidade se desdobrou em vários ritos tradicionalistas, como a entrada da chama crioula pelo auditório da Casa da Cultura, seguida da representação das bandeiras pelo grupo de egressos especialmente convidados. Em razão da formatura crioula estar completando 20 anos, foi convidado um aluno de cada turma que colou grau simbolicamente – mais a juramentista da primeira formatura a advogada Marileni Cervi da Motta. Junto com este grupo prestaram juramento e receberam a graduação simbólica formandos do Direito e Ciência da Computação.
O peão juramentista e orador do curso de Ciência da Computação foi Bruno Barbosa Ferreira e o orador do curso de Direito foi Pedro Perseverano da Silva Marques. O acadêmico Guilherme Pott rendeu homenagem, em nome dos formandos, aos pais e pessoas que deram suporte para eles alcançarem a graduação. Subiu ao palco para uma justa homenagem a senhora Maria Teresinha Martins Ferreira, mãe do professor Fernando, recebendo um ramalhete de flores, por todo o apoio dedicado ao evento.
COMO TUDO COMEÇOU –
A noite festiva teve ainda o registro de outros pronunciamentos, como da professora Solange Garcês, Marili Brochardt, Andrea Rosa, Flademir Sulzbach e o patrão do CTG Querência da Serra Lucídio Dalforno. Um dos momentos mais divertidos foi protagonizado pelo trio formado pelos egressos Sérgio Venturini dos Santos, Rodrigo Adauto Fiorin Basso e Sinval Araújo. Sem muitas formalidades, contaram situações inusitadas que se sucederam desde a primeira formatura e em anos seguintes, como pioneiros na sua organização.
A história começou primeiro com algumas ideias, onde as sugestões eram fazer uma cavalgada, uma missa crioula ou um fandango – até um piquete com um cavalo. De acordo com Rodrigo Basso, a turma foi prá reunião e discussão daqui, opinião dali – ficou decidido pela Formatura crioula, com tudo que ela tinha direito. Na época eram 100 formandos de três turmas. Feito o convite, apenas 10 alunos confirmaram resposta de participação.
A decisão foi fazer assim mesmo, para deixar registrado nos anais da Universidade esta cerimônia diferenciada – unindo a conquista acadêmica à grandeza da tradição gaúcha. Uma aposta que acabou dando certo e vem se mantendo por longos vinte anos. “O que começou como um sonho hoje é algo consolidado, onde celebramos e damos cancha para viver a nossa cultura, as nossas raízes. Nossa tradição se renova a cada formatura. Parabéns a todos que mantiveram viva essa chama. Todos que carregam este legado”, concluiu Sinval Araújo.
A rivalidade Grenal foi manifestada entre os organizadores da formatura, através de uma breve provocação entre o gremista Fernando Ferreira e o colorado Fladimir Sulzback que trocaram camisetas – cada um recebendo a do time adversário. Um conflito que não evoluiu e acabou com declarações de amizade e respeito entre os colegas de longa data. Depois da formatura simbólica, formandos, professores, familiares e convidados, confraternizaram com um jantar baile nas dependências do galpão crioulo do CTG Querência da Serra, com animação do Grupo Bem Campeiro e show de Andrea Rosa.